segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Teatro


No fim de semana que terminou o TAP proporcionou aos Pombalenses uma série de espetáculos de grande qualidade. Tratou-se do primeiro encontro de teatro de Pombal. 
Começámos por assistir na sexta feira à peça "À deriva" baseada no texto “Em Alto Mar”, de Slawomir Mrozek. A companhia em palco foi a Ajidanha de Idanha-a-Nova e entre muito humor foram inúmeras as questões sociais e políticas levantadas pelos três náufragos desta peça.
O sábado trouxe um grupo do Entroncamento, o Poucaterra,  que apresentou a peça "Sobre a Mesa de Cabeceira" de Rafael Amaral Vergamota. Uma família disfuncional onde os abusos vividos na infância se fazem sentir durante toda a vida. Um drama muito interessante e que nos fez pensar.
O último dia, domingo, ficou a cargo d' O Nariz e Panza de la Mancha foi o espetáculo bilingue que pudemos ver. Baseado na obra Dom Quixote de La Mancha acompanhámos as peripécias e desvarios deste cavaleiro e do seu escudeiro.
Foram três noites em cheio! Foi muito bom ver a adesão do público, o que nem sempre acontece, nestas três peças tão diferentes mas de grande excelência.
Mais uma vez ficou provada a capacidade de organização e de mobilização do Grupo de Teatro Amador de Pombal e a vontade do município de colaborar nestas iniciativas culturais. 
Fica a informação que em tempos de crise ainda é possível ter cultura para todos, os bilhetes custaram 1€ por sessão e resta-me concluir dizendo que eu e muitos outros Pombalenses ficamos a aguardar os próximos encontros.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Leituras de 2013




Como vem sendo habitual, com o início de um novo ano chega a altura de fazer o balanço das minhas leituras do ano anterior. E se 2013 não foi um dos melhores, nem no que diz respeito a quantidade nem a qualidade, foi ainda assim muito difícil fazer esta seleção. Mas vamos por partes: 
O meu total de livros lidos em 2013 foi de 44, o que não foi mau mas ficou bem aquém dos dois anos precedentes.
Mais uma vez a proveniência dos autores foi muito diversificada: Europa, África, América Latina e do Norte, Médio Oriente, Austrália... Diversos foram também os estilos e as dimensões, desde o pequeno " O Ente Querido" de Evelyn Waugh  ao extenso "  A Montanha Mágica" de Thomas Mann.
Continuam a perturbar a leitura com demasiada frequência as questões de tradução e as inúmeras gralhas que são uma constante em alguns livros cuja escrita merecia um maior cuidado da parte dos editores.
Vou passar agora à lista propriamente dita, com todos os limites que estas listas nos colocam sempre. Mais uma vez a ordem é apenas cronológica (a da minha leitura) e não qualitativa.
Espero que daqui possam sair algumas sugestões para quem anda à procura de boas leituras.

  • O Idiota - Dostoievski
  • Os Papeis de Rachel - Martin Amis
  • Homer e Langley - E.L.Doctorow
  • As Recordações de Edna - Sam Savage
  • Os Transparentes - Ondjaki
  • O Enredo da Bolsa e da Vida - Eduardo Mendoza
  • Um Homem de Partes - David Lodge
  • Cenas da Vida de Aldeia - Amoz Oz
  • O Ente Querido - Evelyn Waugh
  • A Casa do Alpendre de Vidro Cego - Herbjorg Wassmo

Bom ano e boas leituras!

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Contos Completos

Os contos são com frequência considerados um género menor na literatura e muitos leitores fogem deles. 
Nesta compilação de contos de Lydia Davis que reúne quatro livros da autora, temos histórias curtas e mesmo muito curtas, sendo que algumas não ultrapassam uma ou duas frases. Os temas são os mais diversos, por vezes autobiográficos e a escrita é acutilante, amiúde nonsense e muito desconcertante.
Lydia Davis foi a vencedora do Man Booker International Prize de 2013.

Uma experiência diferente e que vale a pena!



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Época de Acasalamento

Apesar de ser um tema associado preferencialmente à primavera, foi neste início de outono que descobri este livrinho e também este escritor. Nascido há precisamente 132 anos em Inglaterra e autor de quase 100 livros, P.G. Wodehouse foi um escritor profícuo que escreveu romances, poesia, teatro, letras de músicas, jornalismo, etc.
Na novela em questão três amigos estão em apuros e se não conseguirem contornar a situação as suas relações amorosas não irão resistir. Nesta comédia ao estilo Britânico, de que tanto gosto, há trocas de identidade e peripécias sem fim e apenas a frieza de raciocínio de Jeeves, braço direito de Bertie Wooster, permite que tudo e todos cheguem a bom porto.
A ironia guia-nos através de "Época de acasalamento" e do retrato da alta sociedade Inglesa da época.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Avelãs

Há dias fui surpreendida ao olhar com mais atenção para a minha aveleira contorta: pela primeira vez tem avelãs. Muito pequenas e apenas quatro, para além de ocas,  mas foi um momento de alegria ao descobri-las!


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A Segunda Vinda de Cristo

John Niven é um escritor Escocês que descobri com este título, o seu primeiro editado em Portugal.
Neste romance Deus regressa ao céu, vindo de umas curtas férias, e descobre o caos que reina na Terra. A única solução é enviar novamente cá abaixo o seu filho Jesus Cristo. Este irá regressar aos Estados Unidos e terá de se adaptar à realidade atual.
Com como mandamento único: sê simpático, Jesus-um rapaz descontraído, é arrastado para um concurso de talentos musicais dirigido por Stelfox, um Inglês dominado pela obsessão do lucro.
Este é o ponto de partida para um livro onde o humor se junta à crítica social e religiosa e no qual a prepotência, a arrogância, a ignorância e o medo se juntam para dar um final apocalíptico a esta segunda passagem de Jesus por estas paragens.
Momentos de diversão alternados com considerações várias tornam este romance numa leitura agradável, irreverente e também acutilante.


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Goji

Por estes dias mais um motivo de alegria no meu jardim: o meu arbusto de goji, plantado no outono passado está cheio de flor!
Agora é aguardar e esperar que alguma destas pequenas mas lindíssimas flores dê fruto.


domingo, 8 de setembro de 2013

A Educação de uma Fada

Didier van Cauwelaert é um escritor francês de ascendência belga e cuja extensa obra apenas agora descobri. 
A educação de uma fada conta-nos a história de Nicolas cujo casamento atravessa um momento difícil mas também a história de César uma jovem iraquiana que sonha entrar na Sorbonne.
Raoul, filho de Nicolas, é o elo de ligação que acaba por envolver estes personagens cujos destinos nada teriam em comum à partida.
Romance contado na primeira pessoa, de forma alternada,  pelos dois protagonistas, A educação de uma fada fala-nos de um mundo atual e inóspito ao qual nem todos se conseguem adaptar e da diferença que as nossas atitudes e os nossos comportamentos podem fazer nas nossas mas também nas vidas daqueles que nos rodeiam.
É um livro simples, de grande ternura e sensibilidade.


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O Caso de Jane Eyre

A detetive Quinta-Feira Seguinte é a protagonista deste livro que nos transporta para uma Inglaterra obcecada pela literatura. A sua função é investigar crimes relacionados com livros - falsificações, plágios, etc. Neste cenário o malévolo Aqueronte Hades apropria-se do original de A paixão de Jane Eyre e a detetive e a sua equipa irão persegui-lo e tentar impedi-lo de concretizar os seus planos.
Livro repleto de ação, escrito de forma clara e direta e dividido em pequenos capítulos, as referências literárias são diversas e constantes de Shakespeare a Dickens, passando por Alan Poe ou Wordsworth e muitos outros, numa alternância entre realidade e ficção. Ao lê-lo entramos num mundo de sonho para aqueles que são amantes de leitura e concretamente dos clássicos.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Canteiro

Quantas vezes as sementeiras e plantações feitas com a maior expectativa são uma desilusão e em contrapartida os "nascimentos" acidentais são um sucesso.
Deixo foto de um canteiro do meu jardim que resultou de sementes caídas no ano passado e que é um regalo para os olhos e os ouvidos-as abelhas são uma constante por aqui.




quarta-feira, 28 de agosto de 2013

As Cidades Invisíveis

Nesta obra Italo Calvino imagina um diálogo entre Marco Polo e Kublai Khan no qual o viajante vai descrevendo as suas viagens por várias cidades imaginárias, todas elas com nomes femininos. Este é um livro difícil de descrever mas repleto de alusões a grandes obras literárias, à pintura, ao cinema e onde o autor aborda temas sérios numa envolvente de grande ficção.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

O Colecionador de Erva

Há alguns anos que sigo o trabalho de Francisco José Viegas tanto na área do jornalismo como da edição e mais recentemente como escritor. O seu mais recente título traz-nos de volta o investigador Jaime Ramos desta feita envolvido na investigação de três assassínios e, em simultâneo, de um desaparecimento. 
Um livro que é uma viagem por várias partes do mundo - Angola, Cabo Verde, Brasil, Rússia e o norte de Portugal e em que a nostalgia que se sente é apenas um dos atrativos que a escrita poética deste autor revela a cada página.
Recomendo!

 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cenas da vida de aldeia

Ao contrário de muitos leitores sou, regra geral, uma apreciadora de contos. 
Na última edição de Amos Oz em Portugal, a compilação de contos tem como cenário a mesma aldeia Israelita - Tel Ilan e os personagens das diferentes histórias conhecem-se e nalguns casos relacionam-se. Tendo em conta a localização as situações de tensão política e militar surgem de forma ténue como pano de fundo sem ofuscar o mais importante que são as pessoas que compõem esta aldeia, os seus problemas e sentimentos. E neste aspeto as coisas não são diferentes das vividas noutras partes do mundo: os problemas de famíla, o envelhecimento, a solidão, o amor e o desamor, o luto, a amizade.
Agraciado com vários prémios de renome internacional, como já este ano o Prémio Franz Kafka, Amos Oz e a sua escrita simples transportam-me e deliciam-me sempre.


domingo, 11 de agosto de 2013

Ar de Dylan

Neste livro Enrique Vila-Matas narra, através de um escritor de Barcelona, a história de Vilnius-um jovem cineasta fracassado a quem a morte do pai, um escritor famoso mas um homem com quem foi difícil viver, vai levar ao questionamento de toda a sua vida.
As referências culturais são uma constante, como é hábito neste escritor,  e passam pela literatura, pela música (como o título indica), pela pintura, pelo cinema. Os personagens vivem todos a arte que representam de forma obsessiva: Vilnius persegue a origem de uma frase famosa de um filme da época áurea de Hollywood e o narrador, escritor prolífico, está num ponto de viragem em que sente que escreveu demais e vai tornar-se totalmente silencioso.
São imensas e constantes as questões filosóficas, psicológicas e artísticas que com um humor muito característico Vila-Matas levanta aqui. 
Um livro que nos interpela e nos inquieta.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A gaiola dos periquitos

A minha passagem pelo meio livreiro trouxe-me um alargamento de conhecimentos literários e também a alegria de me cruzar com muitas pessoas maravilhosas que foram e continuam a ser para mim uma fonte de enriquecimento cultural e pessoal.
Uma das pessoas que tive o privilégio de conhecer foi a Luísa Venturini - ex editora, tradutora de alta qualidade, investigadora de literatura mística, etc - cuja cultura e paixão pelos livros são contagiantes.
A Gaiola dos Periquitos é um romance que percorre ao longo de mais de um século a história de uma família marcada por mulheres de fortes personalidades.
A memória e as suas "rasteiras",  a dor da perda e as armas que usamos para a ultrapassar são alguns dos temas focados neste livro servido por  uma linguagem rica e extremamente cuidada.
Vivemos,  neste livro da Luísa Venturini, uma viagem por Espanha, Cuba e Portugal,  repleta de referências literárias, musicais e de várias outras áreas das artes,  que nos permitem compreender melhor a época e os personagens marcantes que aqui acompanhamos.