Contos Completos

Os contos são com frequência considerados um género menor na literatura e muitos leitores fogem deles. 

Nesta compilação de contos de Lydia Davis que reúne quatro livros da autora, temos histórias curtas e mesmo muito curtas, sendo que algumas não ultrapassam uma ou duas frases. Os temas são os mais diversos, por vezes autobiográficos e a escrita é acutilante, amiúde nonsense e muito desconcertante.

Lydia Davis foi a vencedora do Man Booker International Prize de 2013.

Uma experiência diferente e que vale a pena!

Época de Acasalamento

Apesar de ser um tema associado preferencialmente à primavera, foi neste início de outono que descobri este livrinho e também este escritor. Nascido há precisamente 132 anos em Inglaterra e autor de quase 100 livros, P.G. Wodehouse foi um escritor profícuo que escreveu romances, poesia, teatro, letras de músicas, jornalismo, etc.

Na novela em questão três amigos estão em apuros e se não conseguirem contornar a situação as suas relações amorosas não irão resistir. Nesta comédia ao estilo Britânico, de que tanto gosto, há trocas de identidade e peripécias sem fim e apenas a frieza de raciocínio de Jeeves, braço direito de Bertie Wooster, permite que tudo e todos cheguem a bom porto.

A ironia guia-nos através de "Época de acasalamento" e do retrato da alta sociedade Inglesa da época.

Avelãs

Há dias fui surpreendida ao olhar com mais atenção para a minha aveleira contorta: pela primeira vez tem avelãs. Muito pequenas e apenas quatro, para além de ocas,  mas foi um momento de alegria ao descobri-las!

A Segunda Vinda de Cristo

John Niven é um escritor Escocês que descobri com este título, o seu primeiro editado em Portugal.

Neste romance Deus regressa ao céu, vindo de umas curtas férias, e descobre o caos que reina na Terra. A única solução é enviar novamente cá abaixo o seu filho Jesus Cristo. Este irá regressar aos Estados Unidos e terá de se adaptar à realidade atual.

Com como mandamento único: sê simpático, Jesus-um rapaz descontraído, é arrastado para um concurso de talentos musicais dirigido por Stelfox, um Inglês dominado pela obsessão do lucro.

Este é o ponto de partida para um livro onde o humor se junta à crítica social e religiosa e no qual a prepotência, a arrogância, a ignorância e o medo se juntam para dar um final apocalíptico a esta segunda passagem de Jesus por estas paragens.

Momentos de diversão alternados com considerações várias tornam este romance numa leitura agradável, irreverente e também acutilante.

Goji

Por estes dias mais um motivo de alegria no meu jardim: o meu arbusto de goji, plantado no outono passado está cheio de flor!

Agora é aguardar e esperar que alguma destas pequenas mas lindíssimas flores dê fruto.

A Educação de uma Fada

Didier van Cauwelaert é um escritor francês de ascendência belga e cuja extensa obra apenas agora descobri. 

A educação de uma fada conta-nos a história de Nicolas cujo casamento atravessa um momento difícil mas também a história de César uma jovem iraquiana que sonha entrar na Sorbonne.

Raoul, filho de Nicolas, é o elo de ligação que acaba por envolver estes personagens cujos destinos nada teriam em comum à partida.

Romance contado na primeira pessoa, de forma alternada,  pelos dois protagonistas, A educação de uma fada fala-nos de um mundo atual e inóspito ao qual nem todos se conseguem adaptar e da diferença que as nossas atitudes e os nossos comportamentos podem fazer nas nossas mas também nas vidas daqueles que nos rodeiam.

É um livro simples, de grande ternura e sensibilidade.

O Caso de Jane Eyre

A detetive Quinta-Feira Seguinte é a protagonista deste livro que nos transporta para uma Inglaterra obcecada pela literatura. A sua função é investigar crimes relacionados com livros - falsificações, plágios, etc. Neste cenário o malévolo Aqueronte Hades apropria-se do original de A paixão de Jane Eyre e a detetive e a sua equipa irão persegui-lo e tentar impedi-lo de concretizar os seus planos.

Livro repleto de ação, escrito de forma clara e direta e dividido em pequenos capítulos, as referências literárias são diversas e constantes de Shakespeare a Dickens, passando por Alan Poe ou Wordsworth e muitos outros, numa alternância entre realidade e ficção. Ao lê-lo entramos num mundo de sonho para aqueles que são amantes de leitura e concretamente dos clássicos.

Canteiro

Quantas vezes as sementeiras e plantações feitas com a maior expectativa são uma desilusão e em contrapartida os "nascimentos" acidentais são um sucesso.

Deixo foto de um canteiro do meu jardim que resultou de sementes caídas no ano passado e que é um regalo para os olhos e os ouvidos-as abelhas são uma constante por aqui.

As Cidades Invisíveis

Nesta obra Italo Calvino imagina um diálogo entre Marco Polo e Kublai Khan no qual o viajante vai descrevendo as suas viagens por várias cidades imaginárias, todas elas com nomes femininos. Este é um livro difícil de descrever mas repleto de alusões a grandes obras literárias, à pintura, ao cinema e onde o autor aborda temas sérios numa envolvente de grande ficção.

O Colecionador de Erva

Há alguns anos que sigo o trabalho de Francisco José Viegas tanto na área do jornalismo como da edição e mais recentemente como escritor. O seu mais recente título traz-nos de volta o investigador Jaime Ramos desta feita envolvido na investigação de três assassínios e, em simultâneo, de um desaparecimento. 
Um livro que é uma viagem por várias partes do mundo - Angola, Cabo Verde, Brasil, Rússia e o norte de Portugal e em que a nostalgia que se sente é apenas um dos atrativos que a escrita poética deste autor revela a cada página.
Recomendo!

 

Cenas da vida de aldeia

Ao contrário de muitos leitores sou, regra geral, uma apreciadora de contos. 

Na última edição de Amos Oz em Portugal, a compilação de contos tem como cenário a mesma aldeia Israelita - Tel Ilan e os personagens das diferentes histórias conhecem-se e nalguns casos relacionam-se. Tendo em conta a localização as situações de tensão política e militar surgem de forma ténue como pano de fundo sem ofuscar o mais importante que são as pessoas que compõem esta aldeia, os seus problemas e sentimentos. E neste aspeto as coisas não são diferentes das vividas noutras partes do mundo: os problemas de famíla, o envelhecimento, a solidão, o amor e o desamor, o luto, a amizade.

Agraciado com vários prémios de renome internacional, como já este ano o Prémio Franz Kafka, Amos Oz e a sua escrita simples transportam-me e deliciam-me sempre.

Ar de Dylan

Neste livro Enrique Vila-Matas narra, através de um escritor de Barcelona, a história de Vilnius-um jovem cineasta fracassado a quem a morte do pai, um escritor famoso mas um homem com quem foi difícil viver, vai levar ao questionamento de toda a sua vida.

As referências culturais são uma constante, como é hábito neste escritor,  e passam pela literatura, pela música (como o título indica), pela pintura, pelo cinema. Os personagens vivem todos a arte que representam de forma obsessiva: Vilnius persegue a origem de uma frase famosa de um filme da época áurea de Hollywood e o narrador, escritor prolífico, está num ponto de viragem em que sente que escreveu demais e vai tornar-se totalmente silencioso.

São imensas e constantes as questões filosóficas, psicológicas e artísticas que com um humor muito característico Vila-Matas levanta aqui. 

Um livro que nos interpela e nos inquieta.

A gaiola dos periquitos

A minha passagem pelo meio livreiro trouxe-me um alargamento de conhecimentos literários e também a alegria de me cruzar com muitas pessoas maravilhosas que foram e continuam a ser para mim uma fonte de enriquecimento cultural e pessoal.

Uma das pessoas que tive o privilégio de conhecer foi a Luísa Venturini - ex editora, tradutora de alta qualidade, investigadora de literatura mística, etc - cuja cultura e paixão pelos livros são contagiantes.

A Gaiola dos Periquitos é um romance que percorre ao longo de mais de um século a história de uma família marcada por mulheres de fortes personalidades.

A memória e as suas "rasteiras",  a dor da perda e as armas que usamos para a ultrapassar são alguns dos temas focados neste livro servido por  uma linguagem rica e extremamente cuidada.

Vivemos,  neste livro da Luísa Venturini, uma viagem por Espanha, Cuba e Portugal,  repleta de referências literárias, musicais e de várias outras áreas das artes,  que nos permitem compreender melhor a época e os personagens marcantes que aqui acompanhamos.

Granta

Todos os fanáticos de literatura já ouviram falar desta revista literária cuja origem remonta a 1889 em Cambridge. Este ano chegou finalmente a edição portuguesa sob a direcção de Carlos Vaz Marques.

O tema deste primeiro número é o EU e ao longo das quase 300 páginas que a compõem as abordagens são diversas e de várias origens geográficas. Com textos de autores portugueses tais como Dulce Maria Cardoso e Afonso Cruz, e também nomes sonantes internacionais como por exemplo Saul Bellow ou Orhan Pamuk, chegam-nos histórias diversificadas e interpretações únicas e pessoais do tema. Como em todas as colectâneas há textos que nos marcam mais que outros mas este primeiro número prima, sem qualquer dúvida,  pela excelência dos autores e das histórias aqui publicadas. 

Longa vida à Granta Portuguesa!

Um Homem de Partes

David Lodge é um dos autores Ingleses que tenho acompanhado nos últimos anos ( Longe do abrigo, A vida em surdina, Autor, autor, Até onde se pode ir? são alguns dos títulos que li ) e de cuja escrita gosto bastante. Um homem de partes é o seu mais recente livro editado em Portugal, pela Asa, e é uma biografia romanceada de H.G.Wells. 

A carreira do escritor, as suas movimentações políticas, as relações pessoais e familiares são alguns dos aspetos da vida de Wells que David Lodge aborda neste livros que acompanha uma época de grandes mudanças sociais e políticas no Reino Unido e no mundo. Personagem que fascinou mas também escandalizou com os seus escritos, que foi controverso nas suas posições políticas e que foi defensor do amor livre, H.G.Wells aparece-nos aqui como  homem de princípios e de fraquezas que foi um marco na sua época.

Luto

A vida no campo não é feita apenas de alegrias. Este mês começou triste por aqui: primeiro morreu a minha cadela que estava na família há quase doze anos. A idade e os vários problemas de saúde não lhe permitiram resistir ao calor extremo daqueles dias.

Também por essa altura o meu maracujá deu sinais de estar em crise e duas semanas passadas é certo que secou. Já tinha, também ele, vários anos e muitos momentos de prazer proporcionados com os seus frutos.

A vida continua e no que aos cães diz respeito ainda por cá ficam dois machos queridos e as lembranças dos momentos com a Doida. Em relação ao maracujá, só há uma solução: plantar outro.

Os Enamoramentos

Na minha opinião a literatura Espanhola atual vive um momento de excelência. São vários os autores que tenho descoberto e acompanhado nos últimos anos e que recomendo: Eduardo Mendoza, Juan Marsé, Arturo Pérez-Reverte, Enrique de Hériz, Jorge Semprún, Javier Marías... É deste que vou agora falar, ou melhor do seu mais recente romance publicado em Portugal - os Enamoramentos.

Esta é a história de María Dolz que diariamente observa um casal que partilha a mesma cafetaria ao pequeno-almoço. Um dia,  este deixa de aparecer e mais tarde María descobre que o homem foi assassinado sendo este crime o ponto de partida para todas as considerações e sentimentos que a narradora nos vai revelando. 

A vida e a morte, a memória, a dúvida, a dor e a sua suplantação são alguns dos temas centrais deste excelente romance . Duas referências literárias cruciais neste livro: Os três Mosqueteiros de Alexandre Dumas e O Coronel Chabert de Honoré de Balzac, que nos servem de guia nas ideias e sentimentos que aqui são tão bem explorados.

Sem dúvida um grande livro.

Claudio Marcotulli

Inserido no Festival de Música em Leiria, tive a oportunidade de por estes dias assistir a um concerto deste excelente guitarrista. É fascinante ouvir e ver a diversidade de sons que este artista consegue "sacar" da guitarra. Foi uma ótima descoberta.

As imagens não são do espetáculo a que assisti mas ilustram a qualidade do mesmo.

http://www.youtube.com/watch?v=M84Kv7_jQ7w

Bordel Português

Por detrás deste título sugestivo surge um romance, obra de estreia de Nelson Quintino, que retrata um conjunto de personagens da Lisboa atual cujos sonhos, medos e dúvidas vamos conhecendo e partilhando.

As situações vividas por estas figuras caricatas são ora hilariantes, ora deprimentes mas sempre expostas com humor e um bom domínio da língua. A linguagem é rica e os trocadilhos constantes.

Ao chegar ao fim passámos por uma experiência muito divertida que, no entanto, nos interpela com várias questões atuais e acutilantes.

É sempre bom descobrir novos autores que nos proporcionam novas oportunidades de prazer.

 

Colheita

Hoje o fim de tarde foi dedicado à recolha das cebolas que tinham sido plantadas no final do inverno, e também de algumas das cenouras semeadas na mesma altura pelo meio das cebolas.

Considerando as condições climatéricas que temos tido, sinto-me bastante satisfeita com o resultado. 

Framboesa e chocolate

Conseguem imaginar melhor combinação do que framboesas e chocolate? É difícil. Desta feita decidi experimentar esta conjugação em mais um clafoutis e o resultado está aqui. Também a mousse de chocolate foi complementada com framboesas. São servidos?
A receita do clafoutis foi esta.

 

Framboesas

Apesar do muito vento que se tem feito sentir e dos inúmeros ramos que se têm partido à sua conta, as minhas framboeseiras estão de vento em popa e neste domingo que não se define em termos de tempo, ora sol, ora nuvens, foi esta a minha colheita. Mais de dois quilos de frutos que serviram para fazer as sobremesas do dia e ainda para congelar para poder ir comendo ao longo do ano.

Fuchsias

Sendo plantas que aprecio bastante, todas as minhas tentativas de plantação em vaso acabaram mal. Assim, no outono passado decidi plantar algumas diretamente no solo e os primeiros resultados já são visíveis.

O Enredo da Bolsa e da Vida

Eduardo Mendoza é um autor Espanhol, originário de Barcelona e de quem já tinha lido dois romances anteriormente: Rixa de Gatos e O Labirinto das Azeitonas. Tendo sido as experiências passadas muito positivas era inevitável descobrir o seu mais recente livro.

O protagonista desta história já é conhecido dos leitores e não melhorou nada com o passar dos anos. Livro repleto de peripécias, com muitos momentos hilariantes e com uma qualidade de escrita única, é garantia de algumas horas bem passadas.

Recomendo vivamente!

Edna

 As Recordações de Edna é o título da minha mais recente leitura. O autor, Sam Savage, começou a escrever ainda recentemente e já com uma idade avançada.  Sendo este o segundo livro que leio da sua autoria - o primeiro foi Firmin, será sem dúvida um autor a seguir de perto.

Em As Recordações...Edna, narradora e protagonista vai datilografando páginas e mais páginas ao longo das quais vai expondo a sua história mas também a sua solidão e o seu alheamento progressivo.

A escrita como modo de desabafo e acima de tudo como bóia de salvação de uma mulher que se vai perdendo para a vida. Grande subtileza e sensibilidade na expressão dos sentimentos  duros que aqui são tratados.

A capa não faz jus à excelente qualidade do conteúdo.

Recomendo vivamente!

Favas

Pela primeira vez semeei algumas favas este ano. Foram  apenas algumas sementes que coloquei no topo de cada um dos regos da minha plantação de cebolas. O resultado foi positivo e já pude fazer a primeira pequena colheita.

E como não podia deixar de ser foram cozinhadas com entrecosto. Um petisco de que todos gostam cá em casa.

Luar

Ontem às nove da noite esta bela lua iluminava o céu.

Olhar para ela enquanto escutava as rãs que coaxavam no lago foi um momento de puro prazer.

Ausente

Por razões várias que tiveram como resultado muita falta de tempo, este cantinho tem sido um pouco descurado. O mesmo também tem acontecido ao meu jardim. De regresso à normalidade espero estar mais presente num lado e no outro nos próximos tempos.

Para já deixo umas fotos de algumas flores que foram desabrochando por cá nas últimas semanas.

Frutos do meu jardim

Nem só de plantas ornamentais vive um jardim, o meu pelo menos. Nesta época do ano também as árvores e arbustos de fruto estão em destaque. Deixo umas fotos:

Castanheiro-será este ano que vai haver castanhas?

Primeiro morango da plantação nos garrafões de água

Groselhas

Maçãs de bravo esmolfe

Novas plantações

Como em muitas outras áreas das nossas vidas também na jardinagem, ás vezes, os resultados do nosso esforço nos surpreendem - umas vezes pela positiva outras não.

Em fevereiro deste ano plantei um pequeno arbusto que me foi dado por uma vizinha e do qual já tinha outro exemplar recente. O resultado dessa plantação foi bem positivo e deixo-vos a foto abaixo.

Fotos

Hoje sinto-me sem inspiração para escrever, daí que deixo umas fotos desta primavera no meu jardim, até porque muitas vezes uma imagem vale mais que muitas palavras.

Dia do trabalhador

Para aproveitar este feriado, o bom tempo e o facto de não haver planos familiares, o dia 1 de maio foi de trabalho intenso no jardim. Os planos de erradicação total do resto de relva começaram a passar à prática. Seguiram-se as plantações das estacas que tinha feito no outono passado.

As dificuldades foram muitas, essencialmente porque o terreno estava duríssimo após vários anos de relvado, mas o esforço compensou e deu-se mesmo o início da transformação. 

Muita relva e erva ficaram ainda por tirar, o que terá de ser feito aos poucos.

Foi ainda dia para outras plantações e sementeiras.

Alfazema

 

1 de maio

Hoje, dia 1 de maio, dia do trabalhador, não fui trabalhar. Mas com tanto trabalho em atraso no meu jardim, o dia foi de grande azáfama. Nos próximos dias darei conta das tarefas de hoje.

Para já fica a imagem da flor do dia: o lírio do vale. Oferta habitual, neste dia,  em França como voto de felicidade, é uma flor que adoro e que para meu desgosto ainda não consegui ter no meu jardim. Quem sabe no próximo ano?

Carvalhos

São difíceis de encontrar as palavras certas para transmitir o que senti, e continuo a sentir, quando na manhã do último domingo, durante a minha caminhada diária,  me deparei com o abate dos carvalhos que existiam num terreno junto à minha casa. Parte importante da paisagem que avistava da janela do meu quarto, local de eleição para poiso de muitos pássaros, cujo canto me deixa diariamente maravilhada, os velhinhos carvalhos não resistiram à morte do seu dono original e à fúria do aquecimento central a lenha. 

Quantos anos serão necessários para voltar a ver outros deste tamanho? Já não será do meu tempo...e a paisagem, a biodiversidade e os pássaros ficaram mais pobres. Não há palavras.

A Montanha Mágica

Após quase quatro anos de espera até me decidir a lê-lo e quase um mês e meio de leitura,  cheguei ontem ao fim do grande (a todos os níveis) clássico de Thomas Mann.

A Montanha Mágica foi editado originalmente em 1924 e é considerado a obra-prima deste autor, que foi agraciado com o prémio Nobel em 1929.

O protagonista Hans Castorp parte de Hamburgo para a montanha Suíça numa visita de três semanas ao primo Joachim que se encontra internado no Sanatório Internacional Berghof. Esta viagem,  que deveria ser uma pausa antes do seu início de carreira como engenheiro,  vai revelar-se uma mudança radical na vida de Hans, que irá manter-se na montanha muito além da data prevista para o seu regresso.

Por intermédio deste jovem Alemão e das relações que trava no sanatório vão surgindo e sendo debatidas questões de índole filosófica, religiosa, política, histórica, que o envolvem,  e nos envolvem também,  numa teia mágica que apenas irá ser quebrada pelo início da Primeira Guerra Mundial.

A ironia e o humor que atravessam todo o romance suavizam a decadência, a doença e a morte nele relatados. 

Sem dúvida um grande livro!